Relacionamentos
Essa
história de amor à primeira vista é muito perigosa. O amor tem que ser
processual, pois quando você fala que se apaixonou e que foi amor à primeira
vista, você corre o risco de estar apaixonado, não pelo que o outro é, mas por
aquilo que você gostaria que ele fosse. Quantas pessoas existem hoje por ai
vivendo nessa prisão? Pois é, várias. “Eu não sou o que ela gostaria que eu
fosse, mas ela quer tanto que eu seja que eu estou fazendo um esforço pra ser”.
Ai nisso dura uns dois, três, quatro anos, até que todas as máscaras caem por
terra.
O
Verdadeiro Amor é aquele que vai sendo descoberto quando qualidades e defeitos
são ‘locados à mesa’; É uma crueza, Difícil isso. Essa história de um amor
romântico, perfeito, que o outro é tudo o que eu imaginava ser, não procede,
não existe. Dê tempo ao tempo; Como diz um ditado popular: “Vá devagar com o
andor que o Santo é de barro”; Vá devagar com o andor que seu namorado é
frágil. Vá devagar que sua namorada é frágil. Vá devagar que sua esposa/seu
esposo é frágil. Onde quero chegar com isso?
Seu
(sua) companheiro (a) tem muitos defeitos que você precisa conhecer. Até você
ter o direito de falar: Eu conheço seus defeitos, conheço suas qualidades e
quero viver ‘o desafio’ de fazer uma relação com você, fazer isso dar certo. As prisões afetivas nascem das nossas
expectativas. Muitas vezes nós
aprisionamos o outro nas nossas expectativas. Daí surge a seguinte pergunta: “E
porque depois agente não consegue se livrar”; É porque você também não consegue
se livrar das condições que foi criada a outra pessoa por sua mente.
Uma pessoa se recupera disso quando ela tem
coragem de reconhecer que não perdeu tanto assim como a mente projeta. “A
pessoa que eu amava nunca existiu”! Ela foi uma projeção minha. Quando a pessoa
consegue fazer essa reflexão, ela se liberta como uma pessoa que se livra de
uma infecção que estava lhe matando.
Um
dia uma pessoa falou a um Padre que o casamento tinha se desfeito. O Padre
conhecia um pouco a vida dela, sabia que ele não a respeitava, não era fiel, as
mentiras eram frequentes que ele contava e, entretanto, ele sabia o quanto que
ela estava sofrendo com isso tudo em sua vida. Um dia ela procurou o Padre,
chorando muito, disse que ele tinha a abandonada de vez. Ele sabendo dos fatos
perguntou a ela: “Porque você estar sofrendo tanto se você sabia que ele tinha
lhe abandonado há muito tempo”? Ele te abandonou desde o dia que ele assumiu
outra mulher na vida dele e tinha uma vida dupla. Todo mundo sabia dessa vida
dupla. Ele te abandonou a vinte, trinta anos atrás, desde o dia que começou as
traições, e você são soube se colocar na posição que uma esposa deve colocar
quando sabe da traição do marido. Com autoridade! ; “Eu não sou um objeto pra
você usar, eu não sou um objeto pra você brincar e a fidelidade é, sem dúvidas
e sem conversa, uma obrigação de todo mundo que fez a vida a dois”. É respeito,
é amor. A demonstração do amor passa pela fidelidade.
Ela,
olhando ‘assustada’ para o Padre, ele continuou: Neste momento você não perdeu
nada, você já perdeu a muito tempo. O que você fazia era “velar uma marido na
sua sala que já havia morrido a muito tempo”.
É velório que não acaba que não tem término. Pare de achar que achar que você perdeu tanto
e comece a descobrir que, na verdade, você já perdeu a muito tempo e você já
deveria ter tido maturidade pra entender aquela perda, naquele momento e parar
de permitir que o sofrimento te acometesse tanto e te provocasse tanta ferida
que tá lhe matando aos poucos!.
Ela,
agora conformada, entendeu o que o Padre disse-lhe.
Mencionei
essa história para dizer que “quando nós não nos livramos desses fardos, nós
somos capazes de nos boicotar e causar uma morte antecipada”, que a pessoa vai
perdendo a vontade de viver, sonhar, de
ser feliz, porque um dia se amarrou numa ilusão e permitiu que essa ilusão
fosse o centro de sua vida.
Voltando
a história da mulher e do Padre: Ela não queria ver isso. Isso é questão de
maturidade. O ato de ver desse modo é uma questão de maturidade.
Não
tem um jeito pior de perder do que fingir que não tá perdendo. É a pior maneira de perder. Podemos dizer que é como você passa-se uma
mão de tinta numa parede que já estar podre.
Como Jesus disse: “De nada adiantar caiar as sepulturas, elas continuam
escondendo cadáveres”.
De
nada adianta você passar tinta no túmulo, pois lá dentro existe podridão. Em
nossa vida não podemos fazer isso, passar uma mão de tinta em algo que já está
podre. Eu tenho que tentar mexer, sim, naquela ferida, mesmo que aquilo seja o
fim de um relacionamento. Namoro, sobretudo,
Namoro foi “feito pra terminar”. Se não termina o namoro no tempo certo, vai
terminar depois no casamento e assim é muito pior, pois o casamento já envolve
uma 3ª pessoa, um filho. Com isso, não tenha medo de terminar um namoro quando
você descobre que está vivendo ali uma ilusão ou que o outro está fazendo de
você um território de sua própria ilusão. Ninguém tem obrigação de ser para o
outro uma ilusão. Se ele/ela não ama quem você é não faça esforço pra o outro
amar a ilusão que você está criando pra ele/ela.
Isso
é uma prisão terrível, pondo a valer aquele ditado: “Antes só do que mal
acompanhado”;
De
nada vale você ter alguém do seu lado que não ama quem você é, mas ama quem
ele/ela gostaria que você fosse e é por isso que você ver uma pessoa
‘patinando’ várias vezes em cima de um namoro que é autodestrutivo, que
machuca, estraga, que é infiel, e às vezes até com agressão física; Como
existem hoje até namorados que vivem com agressões físicas e ainda fala: “Eu
não sei o que faria sem ele”. Com isso, se no namoro é ‘dose’, casando vai ser
muito pior.
Como
o Rubens Alves falava: “A Paixão de um momento, a paixão do momento não vale o
inferno de uma vida toda”.
A
quebra da paixão é dolorosa, pois a paixão não é a realidade. O amor é
realidade, já a paixão não. Paixão é aquele encantamento que você viu o outro
pela primeira vez, ou algumas vezes e acha que aquela pessoa é a mais perfeita
do mundo. Isso não procede. Com dizia o Padre Fábio: “Príncipe encantado tem
unhas encravadas. Pede pra ele tirar as botas pra você ver”.
Ninguém
é perfeito. Retire essa coisa ilusória, mesmo na amizade de que a outra pessoa
é o melhor amigo do mundo, é confiável. Mentira; uma hora ele/ela pode cair,
pode vacilar, e você vai ter que reconstruir aquela pessoa dentro de você do
jeito certo. Quando sofre uma decepção, é bom, pois a partir daquele instante,
você pode conhecer o outro melhor. A outra pessoa não é perfeita, nem tão pouco
um personagem pra lhe agradar. Ninguém tem obrigação de ser personagem para
agradar outrem. Tanto você, quanto a outra pessoa tem a obrigação, em Deus, a melhor pessoa que poderia
ser. Agora se você se decepciona com uma pessoa porque não aconteceu o
esperado, o problema é seu, pois isto é caso de imaturidade de sua parte. Cada
um é responsável de tratar bem todas as pessoas, como já disse Jesus Cristo:
“Amai uns aos outro como a si mesmo”. Dar-se o respeito é obrigação de todos
para que venhamos ter uma vida plena de paz.
Quantas
pessoas já lhe disse: Estou decepcionada com você?; Neste momento é bom, pois a
partir daí que nasce a verdade. A partir da verdade imposta na mesa entre você
e a outra pessoa, poderão ser amigos de verdade. Assim verão qualidades e
defeitos de cada um. Também é válido para o namoro, e até um possível
casamento. Tudo depende da relação desenvolvida entre a outra pessoa e você.
Alguns
podem dizer assim: “Ah, mas tendo uma decepção e tentando concertar pra
recomeçar do jeito certo, não é mais como era antes. Não é do mesmo
jeito”. Mas é assim mesmo. Como já foi
dito: Ninguém é perfeito. Chega de viver de um mundo de ilusão; Já basta tanta
coisa que o mundo quer colocar em nossas cabeças. Na amizade, no namoro, no
noivado e no casamento não deve existir ilusões. Viva com a outra pessoa se
gostar do jeito que ela é e não como você gostaria que ela fosse.
Jesus
não é ilusão, nem conto de fadas. A proposta de Jesus não é adocicada. É uma
proposta dura e tem que ter coragem para olhar a esta proposta. Como ele
disse-nos através do Evangelho de São Mateus: Se quer o Reino de Deus, larga
tudo o que tem, pega tua cruz e siga-me. Seguir os passos de Cristo garante a
vida e felicidade eterna. Viver corretamente com o próximo pode ser considerado
como uma ferramenta que lhe auxiliará a obter a felicidade, tanto em você mesmo
(a), quanto na pessoa próxima de ti.
Que
consigamos viver seguindo os ensinamentos de Jesus Cristo, Nosso Senhor para
que garanta a paz interior e exterior, tanto de nós, quanto de quem está em
nosso meio.
Louvado
seja Nosso Senhor: Jesus Cristo!
Valdemar
Ismael dos Santos Neto
16/07/2013
Ótima reflexão, tem muita coisa que eu ouvi de uma palestra do Pe. Fábio...
ResponderExcluirA inspiração deste documento foi de palestras dele. Obrigado.
ResponderExcluirMuito bom esse pensamento.
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