sexta-feira, 19 de julho de 2013

A moralidade das paixões

1762. O ser humano se ordena para a bem-aventurança por meio de seus atos deliberados:
as paixões ou sentimentos que experimenta podem dispô-lo e contribuir para isso.

I. As paixões

1763. O termo "paixões" pertence ao patrimônio cristão. Os sentimentos ou paixões designam as emoções ou movimentos da sensibilidade que inclinam alguém a agir ou não agir em vista do que é experimentado ou imaginado como bom ou mau.

1764. As paixões são componentes naturais do psiquismo humanos; constituem o lugar de passagem e garantem a ligação entre a vida sensível e a vida do espírito. Nosso Senhor indica o coração do homem como a fonte de onde brota o movimento das paixões.

1765. As paixões são numerosas. A paixão mais fundamental é o amor provocado pela atração do bem. O amor causa o desejo do bem ausente e a esperança de consegui-lo. Este movimento se completa no prazer e na alegria do bem possuído. A percepção do mal provoca ódio, aversão e medo do mal que está por chegar. Este movimento se completa na tristeza do mal presente ou na cólera que a ele se opõe.

1766. "Amar é querer algo de bom para alguém." Todos os demais afetos têm sua fonte no movimento original do coração do homem para o bem. Só existe o bem que é amado. "As paixões são más se o amor é mau, boas se o amor é bom."

II. Paixões e vida moral

1767. Em si mesmas, as paixões não são boas nem más. Só recebem qualificação moral na medida em que dependem efetivamente da razão e da vontade. As paixões são chamadas voluntárias "ou porque são comandadas pela vontade ou porque a vontade não lhes opõe obstáculo". Faz parte da perfeição do bem moral ou humano que as paixões sejam reguladas pela razão.

1768. Os grandes sentimentos não determinam a moralidade nem a santidade das pessoas; são reservatório inesgotável das imagens e afeições em que se exprime a vida moral. As paixões são moralmente boas quando contribuem para uma ação boa, e más quando se dá o contrário. A vontade reta ordena para o bem e para a bem-aventurança os movimentos sensíveis que ela assume; a vontade má sucumbe às paixões desordenadas e as exacerba.
As emoções e sentimentos podem ser assumidos em virtudes ou pervertidos em vícios.

1769. Na vida cristã, o próprio Espírito Santo realiza sua obra mobilizando o ser inteiro, inclusive suas dores, medos e tristezas, como aparece na Agonia e Paixão do Senhor. Em Cristo, os sentimentos humanos podem receber sua consumação na caridade e na bemaventurança divina.

1770. A perfeição moral consiste em que o homem não seja movido ao bem exclusivamente por sua vontade, mas também por seu apetite sensível, segundo a palavra do Salmo: "Meu coração e minha carne exultam pelo Deus vivo" (Sl 84,3).

quinta-feira, 18 de julho de 2013

AS VIAS DE ACESSO AO CONHECIMENTO DE DEUS

31 Criado à imagem de Deus, chamado a conhecer e a amar a Deus, o homem que procura a Deus
descobre certas "vias" para aceder ao conhecimento de Deus. Chamamo-las também de "provas da
existência de Deus", não no sentido das provas que as ciências naturais buscam, mas no sentido de
"argumentos convergentes e convincentes" que permitem chegar a verdadeiras certezas.
Estas "vias" para chegar a Deus têm como ponto de partida a criação: o mundo material e a pessoa
humana.
32 O mundo: a partir do movimento e do devir, da contingência, da ordem e da beleza do mundo,
pode-se conhecer a Deus como origem e fim do universo.
São Paulo afirma a respeito dos pagãos: "O que se pode conhecer de Deus é manifesto entre eles,
pois Deus lho revelou. Sua realidade invisível - seu eterno poder e sua divindade - tornou-se inteligível desde a criação do mundo através das criaturas" (Rm 1,19-20).
E Santo Agostinho: "Interroga a beleza da terra, interroga a beleza do mar, interroga a beleza do
ar que se dilata e se difunde, interroga a beleza do céu... interroga todas estas realidades. Todas elas te
respondem: olha-nos, somos belas. Sua beleza é um hino de louvor (confessio). Essas belezas sujeitas à mudança, quem as fez senão o Belo (Pulcher, pronuncie "púlquer"), não sujeito à mudança?"
33 O homem: Com sua abertura à verdade e à beleza, com seu senso do bem moral, com sua
liberdade e a voz de sua consciência, com sua aspiração ao infinito e à felicidade, o homem se interroga sobre a existência de Deus. Mediante tudo isso percebe sinais de sua alma espiritual. Como "semente de eternidade que leva dentro de si, irredutível à só matéria" sua alma não pode ter origem senão em Deus.
34 O mundo e o homem atestam que não têm em si mesmo nem seu princípio primeiro nem
seu fim último, mas que participam do Ser em si, que é sem origem e sem fim. Assim por estas diversas "vias", o homem pode aceder ao conhecimento da existência de uma realidade que é a causa primeira e o fim último de tudo, "e que todos chamam Deus"
35 As faculdades do homem o tomam capaz de conhecer a existência de um Deus pessoal. Mas,
para que o homem possa entrar em sua intimidade, Deus quis revelar-se ao homem e dar-lhe a graça de poder acolher esta revelação na fé. Contudo, as provas da existência de Deus podem dispor à fé e ajudar a ver que a fé não se opõe à razão humana.

Relacionamentos



Relacionamentos
Essa história de amor à primeira vista é muito perigosa. O amor tem que ser processual, pois quando você fala que se apaixonou e que foi amor à primeira vista, você corre o risco de estar apaixonado, não pelo que o outro é, mas por aquilo que você gostaria que ele fosse. Quantas pessoas existem hoje por ai vivendo nessa prisão? Pois é, várias. “Eu não sou o que ela gostaria que eu fosse, mas ela quer tanto que eu seja que eu estou fazendo um esforço pra ser”. Ai nisso dura uns dois, três, quatro anos, até que todas as máscaras caem por terra.
O Verdadeiro Amor é aquele que vai sendo descoberto quando qualidades e defeitos são ‘locados à mesa’; É uma crueza, Difícil isso. Essa história de um amor romântico, perfeito, que o outro é tudo o que eu imaginava ser, não procede, não existe. Dê tempo ao tempo; Como diz um ditado popular: “Vá devagar com o andor que o Santo é de barro”; Vá devagar com o andor que seu namorado é frágil. Vá devagar que sua namorada é frágil. Vá devagar que sua esposa/seu esposo é frágil. Onde quero chegar com isso?
Seu (sua) companheiro (a) tem muitos defeitos que você precisa conhecer. Até você ter o direito de falar: Eu conheço seus defeitos, conheço suas qualidades e quero viver ‘o desafio’ de fazer uma relação com você, fazer isso dar certo.  As prisões afetivas nascem das nossas expectativas.  Muitas vezes nós aprisionamos o outro nas nossas expectativas. Daí surge a seguinte pergunta: “E porque depois agente não consegue se livrar”; É porque você também não consegue se livrar das condições que foi criada a outra pessoa por sua mente.
 Uma pessoa se recupera disso quando ela tem coragem de reconhecer que não perdeu tanto assim como a mente projeta. “A pessoa que eu amava nunca existiu”! Ela foi uma projeção minha. Quando a pessoa consegue fazer essa reflexão, ela se liberta como uma pessoa que se livra de uma infecção que estava lhe matando.
Um dia uma pessoa falou a um Padre que o casamento tinha se desfeito. O Padre conhecia um pouco a vida dela, sabia que ele não a respeitava, não era fiel, as mentiras eram frequentes que ele contava e, entretanto, ele sabia o quanto que ela estava sofrendo com isso tudo em sua vida. Um dia ela procurou o Padre, chorando muito, disse que ele tinha a abandonada de vez. Ele sabendo dos fatos perguntou a ela: “Porque você estar sofrendo tanto se você sabia que ele tinha lhe abandonado há muito tempo”? Ele te abandonou desde o dia que ele assumiu outra mulher na vida dele e tinha uma vida dupla. Todo mundo sabia dessa vida dupla. Ele te abandonou a vinte, trinta anos atrás, desde o dia que começou as traições, e você são soube se colocar na posição que uma esposa deve colocar quando sabe da traição do marido. Com autoridade! ; “Eu não sou um objeto pra você usar, eu não sou um objeto pra você brincar e a fidelidade é, sem dúvidas e sem conversa, uma obrigação de todo mundo que fez a vida a dois”. É respeito, é amor. A demonstração do amor passa pela fidelidade.
Ela, olhando ‘assustada’ para o Padre, ele continuou: Neste momento você não perdeu nada, você já perdeu a muito tempo. O que você fazia era “velar uma marido na sua sala que já havia morrido a muito tempo”.  É velório que não acaba que não tem término.  Pare de achar que achar que você perdeu tanto e comece a descobrir que, na verdade, você já perdeu a muito tempo e você já deveria ter tido maturidade pra entender aquela perda, naquele momento e parar de permitir que o sofrimento te acometesse tanto e te provocasse tanta ferida que tá lhe matando aos poucos!.
Ela, agora conformada, entendeu o que o Padre disse-lhe.
Mencionei essa história para dizer que “quando nós não nos livramos desses fardos, nós somos capazes de nos boicotar e causar uma morte antecipada”, que a pessoa vai perdendo a vontade de viver,  sonhar, de ser feliz, porque um dia se amarrou numa ilusão e permitiu que essa ilusão fosse o centro de sua vida.
Voltando a história da mulher e do Padre: Ela não queria ver isso. Isso é questão de maturidade. O ato de ver desse modo é uma questão de maturidade.
Não tem um jeito pior de perder do que fingir que não tá perdendo.  É a pior maneira de perder.  Podemos dizer que é como você passa-se uma mão de tinta numa parede que já estar podre.  Como Jesus disse: “De nada adiantar caiar as sepulturas, elas continuam escondendo cadáveres”.
De nada adianta você passar tinta no túmulo, pois lá dentro existe podridão. Em nossa vida não podemos fazer isso, passar uma mão de tinta em algo que já está podre. Eu tenho que tentar mexer, sim, naquela ferida, mesmo que aquilo seja o fim de um relacionamento. Namoro, sobretudo, Namoro foi “feito pra terminar”. Se não termina o namoro no tempo certo, vai terminar depois no casamento e assim é muito pior, pois o casamento já envolve uma 3ª pessoa, um filho. Com isso, não tenha medo de terminar um namoro quando você descobre que está vivendo ali uma ilusão ou que o outro está fazendo de você um território de sua própria ilusão. Ninguém tem obrigação de ser para o outro uma ilusão. Se ele/ela não ama quem você é não faça esforço pra o outro amar a ilusão que você está criando pra ele/ela.
Isso é uma prisão terrível, pondo a valer aquele ditado: “Antes só do que mal acompanhado”;
De nada vale você ter alguém do seu lado que não ama quem você é, mas ama quem ele/ela gostaria que você fosse e é por isso que você ver uma pessoa ‘patinando’ várias vezes em cima de um namoro que é autodestrutivo, que machuca, estraga, que é infiel, e às vezes até com agressão física; Como existem hoje até namorados que vivem com agressões físicas e ainda fala: “Eu não sei o que faria sem ele”. Com isso, se no namoro é ‘dose’, casando vai ser muito pior. 
Como o Rubens Alves falava: “A Paixão de um momento, a paixão do momento não vale o inferno de uma vida toda”.
A quebra da paixão é dolorosa, pois a paixão não é a realidade. O amor é realidade, já a paixão não. Paixão é aquele encantamento que você viu o outro pela primeira vez, ou algumas vezes e acha que aquela pessoa é a mais perfeita do mundo. Isso não procede. Com dizia o Padre Fábio: “Príncipe encantado tem unhas encravadas. Pede pra ele tirar as botas pra você ver”.
Ninguém é perfeito. Retire essa coisa ilusória, mesmo na amizade de que a outra pessoa é o melhor amigo do mundo, é confiável. Mentira; uma hora ele/ela pode cair, pode vacilar, e você vai ter que reconstruir aquela pessoa dentro de você do jeito certo. Quando sofre uma decepção, é bom, pois a partir daquele instante, você pode conhecer o outro melhor. A outra pessoa não é perfeita, nem tão pouco um personagem pra lhe agradar. Ninguém tem obrigação de ser personagem para agradar outrem. Tanto você, quanto a outra pessoa tem a obrigação, em Deus, a melhor pessoa que poderia ser. Agora se você se decepciona com uma pessoa porque não aconteceu o esperado, o problema é seu, pois isto é caso de imaturidade de sua parte. Cada um é responsável de tratar bem todas as pessoas, como já disse Jesus Cristo: “Amai uns aos outro como a si mesmo”. Dar-se o respeito é obrigação de todos para que venhamos ter uma vida plena de paz.
Quantas pessoas já lhe disse: Estou decepcionada com você?; Neste momento é bom, pois a partir daí que nasce a verdade. A partir da verdade imposta na mesa entre você e a outra pessoa, poderão ser amigos de verdade. Assim verão qualidades e defeitos de cada um. Também é válido para o namoro, e até um possível casamento. Tudo depende da relação desenvolvida entre a outra pessoa e você.
Alguns podem dizer assim: “Ah, mas tendo uma decepção e tentando concertar pra recomeçar do jeito certo, não é mais como era antes. Não é do mesmo jeito”.  Mas é assim mesmo. Como já foi dito: Ninguém é perfeito. Chega de viver de um mundo de ilusão; Já basta tanta coisa que o mundo quer colocar em nossas cabeças. Na amizade, no namoro, no noivado e no casamento não deve existir ilusões. Viva com a outra pessoa se gostar do jeito que ela é e não como você gostaria que ela fosse.
Jesus não é ilusão, nem conto de fadas. A proposta de Jesus não é adocicada. É uma proposta dura e tem que ter coragem para olhar a esta proposta. Como ele disse-nos através do Evangelho de São Mateus: Se quer o Reino de Deus, larga tudo o que tem, pega tua cruz e siga-me. Seguir os passos de Cristo garante a vida e felicidade eterna. Viver corretamente com o próximo pode ser considerado como uma ferramenta que lhe auxiliará a obter a felicidade, tanto em você mesmo (a), quanto na pessoa próxima de ti.
Que consigamos viver seguindo os ensinamentos de Jesus Cristo, Nosso Senhor para que garanta a paz interior e exterior, tanto de nós, quanto de quem está em nosso meio.
Louvado seja Nosso Senhor: Jesus Cristo!
Valdemar Ismael dos Santos Neto
16/07/2013